sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A Chama Crioula - Parte III


         A busca, o translado e a guarda da Chama

        Um velho ditado diz: “A união faz a força”. A busca da chama nos sítios históricos, espalhados pelo Rio Grande do Sul, demanda, na maioria das vezes, de custos operacionais. Em algumas cidades existe uma rubrica, dos festejos farroupilhas, para a busca da chama. Então, alguns grupos se fecham dentro daquela rubrica e não abrem para outros grupos irem junto buscar o símbolo. Aí começam as discordâncias na cidade.
          Em outras localidades, mais organizadas, os municípios fecham com a coordenadoria regional, unem os grupos de cavalgadas, tem uma equipe para prestação de contas, e todos viajam juntos. Cabe lembrar ainda que alguns grupos simplesmente saem à cavalo pelo estado, sem roteiro pré organizado, sem pousos determinados e sem avisar a policia rodoviária sobre sua presença em determinadas rodovias.
          A sugestão é que os grupos de cavalgadas se unam dentro da região, façam um grande ordenamento de despesas, organizem o trajeto antecipadamente, avisem as autoridades competentes, e façam uma grande busca da chama. Lembrando que é sempre importante o espírito de equipe, o bom senso e a camaradagem entre os cavaleiros e participantes.

O translado - As bandeiras vão à frente. A chama logo depois delas. Quem leva a chama, ao chegar, alcança o archote para alguém previamente definido que vai fazer o acendimento do candeeiro. Esse ato é, normalmente, feito logo após o hino nacional (quando for executado) e antes dos pronunciamentos (quando houver pronunciamentos). Normalmente são três falas. É comum dar-se a palavra ao comandante da cavalgada.

A ronda da chama - A ronda não é estática, ela é móvel. A ronda também pode ser entendida como o ato de trocar a chama de lugar a cada dia. A ela pode-se incluir uma serie de atividades no entorno da chama.

A guarda da chama - A guarda da chama é feita por uma ou duas pessoas que ficam paradas (no estilo militar), normalmente de lança em punho. O ideal é que a guarda seja feita durante as 24 horas, no entanto, se não houver movimento, pode ficar o candeeiro sozinho, com o galpão fechado. Enquanto houver atividades ou se a chama estiver em local aberto, a guarda é permanente. A troca de guarda deve sempre ser feita com um breve cerimonial: A entrega da lança e, a troca de lugar, deve ser feita de forma solene.

O cerimonial – Escolher alguém com boa dicção e que planeje o cerimonial antes, lendo bastante, para evitar se engasgar com as palavras na hora.
Ao abrir, ter as informações do que está acontecendo, nominar as autoridades (da maior para a menor), ter os hinos à mão, pronunciamentos sempre da menor, para a maior autoridade (processo inverso a composição do dispositivo das autoridades).

A fala na troca de guarda – Não existe uma fala padrão, por ser neste momento, uma situação que envolve muito a emoção do que se está fazendo. Fizemos um levantamento, em algumas regiões, buscando saber o que, normalmente, eles falam quando fazem a troca de guarda, ou entregam a chama ao chegar no local determinado e, notamos que depois de uma pequena reflexão da importância daquela cavalgada que buscou a chama, ao entregar usa-se a parte final do solene juramento , utilizado em posses:

“...entrego esta chama para o fortalecimento das nossas tradições e maior honra e gloria da  nossa sagrada querência e do povo gaúcho.” – seguido de um forte “E viva o Rio Grande!”

A Chama Crioula e o acendimento oficial no RS
2000 - Alegrete, na Capela Queimada
2001 - Guaíba, na fazenda de Gomes Jardim
2002 - Santa Maria, no centro do estado
2003 - Camaquã, na Chácara das Aguas Belas, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiarayú
2007 - São Nicolau, 1ª redução e um dos 7 povos das missões
2008 - São Leopoldo, Terra de Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento volta para a fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios
2012 - Venancio Aires - Capital Nacional do Chimarrão
2013 - General Câmara - Distrito Açoriano de Santo Amaro do Sul
2014 - Cruz Alta - Terra de Erico Veríssimo

Rogério Bastos
Bastos Produções ltda

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A CHAMA CRIOULA

O domínio do fogo

A partir do domínio do fogo, o cérebro humano desenvolveu-se muito rapidamente, proporcionando um salto qualitativo na nossa vida. A sociedade humana, como a conhecemos, acredita-se que se estruturou a partir do momento em que o homem passou a dominar o fogo, pois este permitiu inúmeros avanços, dentre os quais, que os grupos familiares estivessem ativos durante a noite, o preparo de alimentos e bebidas, também foi usado em caçadas e para afugentar animais e grupos rivais. Mas um ponto fundamental foi seu uso na agricultura e pecuária, servindo para limpeza de áreas (sistema de coivara) e foi amplamente empregado na fundição de metais.

 O simbolismo do fogo

São inúmeros os registros que mostram a importância do fogo na vida do homem. É um elemento que consome, aquece, ilumina, mas também pode trazer morte e dor, e por isso, seu simbolismo pode variar muito dependendo do contexto em que ele é usado.

O fogo é um dos quatro elementos da natureza (água, terra, fogo e ar) e que o ser humano pode produzir, fazendo uma conexão entre os homens e Deuses. A maioria dos rituais, ao longo da história, envolve uma chama eterna, e acender um fogo é equiparado com o nascimento e ressurreição. É um princípio criador por excelência, símbolo da energia vital, da purificação, da espiritualidade, do entusiasmo e do ardor.

 A chama Crioula – Momento sociopolítico


O Brasil, no final dos anos 40, do século XX, estava saindo da ditadura da chamada “Era Getúlio Vargas”, que havia calado a imprensa, que prejudicava o desenvolvimento e prática das culturas regionais. Com isso, perdeu-se o sentimento de culto à regionalidade. As raízes regionais estavam em processo de esquecimento, adormecidas, reflexo da proibição de demonstrações de valores de cada um dos estados. Bandeiras e hinos dos estados foram, simbolicamente, queimados em cerimônia no Rio de Janeiro e, diante de tudo isso, os gaúchos estavam acomodados àquela situação, apáticos e sem iniciativa.

Liderados pelo jovem João Carlos D’Avila Paixão Cortes, jovens estudantes do Colégio Júlio de Castilhos, criam um departamento de tradições gaúchas, que tinha a finalidade de preservar as tradições e o campeirismo do estado, mas também desenvolver e proporcionar uma revitalização da cultura rio-grandense, interligando-se e valorizando-a no contexto da cultura brasileira.

Dentro deste espírito é que surge a criação da Ronda Crioula, que foi do dia 7, com a extinção da pira da pátria, até o dia 20 de setembro, as datas mais significativas para os gaúchos.

Paixão solicitou a Liga de Defesa Nacional para fazer a retirada de uma centelha do "Fogo Simbólico da Pátria" para transformá-la em "Chama Crioula", como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe, e do desejo de que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros, até o dia 20 de setembro, data magna estadual. Nessa oportunidade, Paixão recebeu o convite para montar uma guarda de honra ao general farrapo, David Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre. Então, Paixão reuniu um piquete de oito gaúchos bem pilchados e, no dia 5 de setembro de 1947, prestaram a homenagem a Canabarro.



Diariamente estaremos enviando para vocês um trabalho para ajudar no conhecimento da chama, o por que dela, simbolismo, historia, grupo dos oito, translado, acendimento em sítios históricos pelo RS, recebimento, e guarda da chama.



Rogério Bastos

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Ação judicial suspende eleição no CEC


ESTA SUSPENSO O PROCEDIMENTO DE ELEIÇÃO DOS CONSELHEIROS DO SEGMENTO CARNAVAL, FOLCLORE E TRADIÇÃO , Edital nº 05/2014 CEC/RS.

          O SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA, no uso das suas atribuições, e considerando o disposto no expediente 778.11.00/14-0, bem como a decisão proferida da Ação Judicial 001/1.14.0169512-5, resolve SUSPENDER o procedimento de eleição dos conselheiros do segmento Carnaval, Folclore e Tradição estabelecido no Edital nº 05/2014 CEC/RS.
Portaria SEDAC n º 57/2014
D.O.E 29.07.2014 pg 65
Fonte: Site CEC
Nosso segmento (tradição e folclore) não possui conselheiros.
Interessante para as radios fazerem entrevista com secretario de cultura ou subsecretario

Punição Narradores‏


Abaixo Oficio referente as punições:

Ofício Circular referente a punição de narradores.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

MTG Promove o 27º Seminário estadual de prendas e peões do RS

                  



O Movimento Tradicionalista Gaúcho do RS estará promovendo no próximo dia 08 de março a 27ª edição do Seminário estadual de prendas e peões do estado. O evento acontecerá em Canoas, na Associação dos Servidores Municipais de Canoas – ASMC, na rua Nerci Pereira Flores, 179.

8 hs – Recepção e credenciamento
9 hs – Abertura oficial
9h30min – Palestra – De fato: Prenda e Peão Tradicionalista
Palestrantes: Bruno Fernandes dos Santos e Priscila Tissot
12 hs – Intervalo para o almoço
13h30min – Explanação sobre relatórios prendas e peões
15 hs – Prendas – redação
15 hs – Peões - oficinas campeira

Observações:
- O certificado de prendas e peões será entregue ao final do evento
- O Seminário de Cultura Campeira será realizado juntamente com a Fecars (01 a 04 de maio em Viamão)

Informações: 55 9118 5342 – 55 8419 6731  E-mail: elenir@mtg.org.br  - elenirw@yahoo.com.br
 

Rogério Bastos
Assessoria de Imprensa do MTG

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Rodeio Campeiro em março na cidade de Amaral Ferrador

O PTG Estancia Velha de Amaral Ferrador realiza nos dias 14, 15 e 16 de Março 2014 Rodeio Campeiro.
Informações pelo fone: 51-9918-7190 c/ Lauro